é bom falar sobre o processo de trabalho,
não há desenho sem o processo que o originou e cada desenho teve várias fases nos desenhos feitos em 2020 cada um começou com uma ida ao sítio, de prancha, folha e lápis na mão:
primeiro desenhei à vista na rua a lápis e com uma borracha fiel companheira das muitas desatenções, erros de perspectiva, de proporção, linhas tortas, etc... Cada desenho que faço é uma luta contra o erro, na certeza de que à primeira a coisa nunca sai bem. Ou como diziam na faculdade "o desenho é uma coisa mental" : primeiro é preciso pensar, planear, organizar a folha e só depois desenhar. Nem sempre consigo este grau de planeamento, mas é ir construíndo o desenho com estrutura, é ir estruturando e desenhando, c`est ça. (por vezes isto é muito pouco de destreza manual, e mais de controlo mental, é um bocado isso.) depois do lápis uso canetas pretas de várias espessuras para corrigir e passar a limpo, como se de desenho técnico de arquitectura se tratásse,
o desenho toma o caminho de uma "ilustração" ou "desenho final". Por fim, se fizer sentido usar a cor, pinto uma cópia. Pelo caminho levo a folha (ou folhas) à mesa de luz natural que é a janela, colo folhas na janela e corrijo a contra-luz , por vezes auxiliado por fotografia para corrigir o que ficou errado no desenho inicial feito ao vivo.. Exemplo da importância do processo de desenho foi esse portão arte nova i especialmente interessante e complexo devido ao emaranhado de elementos "vegetais" , de tal modo que tive de fazer um desenho base com cores para melhor distinguir os seus vários braços vegetais (nesse desenho o meu cérebro não conseguia abarcar e compreender facilmente a complexidade daquela representação. gostei do desafio. ) Outras vezes - c'est la vie - é refazer e fazer novo desenho a partir do zero, quando se acumulam erros de percepção. se há coisa que me motiva num desenho é a possibilidade de experimentar grafismos, expressões diferentes, contrastes, emaranhados de linhas paralelas a querer dizer "sombra projectada", ou quadriculadas a querer dizer "sombra própria", ou contraste absoluto claro/escuro usando mancha, etc.
de alguma forma a emoção já cá está dentro de mim há muitos e bons anos, só precisa de saír e sobressaír com a expressão adequada, e insistir no rigor de afinar proporções e perspectiva ajuda bastante a quem queira desenhar (o quer que seja) gostar-se do que se está a desenhar.
ora, como esta cidade é magnífica, plena de óptimas peças de arquitectura e paisagem urbana, é muito fácil gostar-se de a desenhar, o que já é meio caminho para saír um desenho de jeito (ou pelo menos um desenho de que gostemos, mesmo que mal feito) por fim, após alguns bons anos a andar a pé no porto, por aqui e por ali, descobrindo muita coisa, as preferências são tantas, que este catálogo de desenhos não é ainda nem metade d que quero desenhar.
para já estão cobertos exemplares de clássicos como o Coliseu ou a garagem passos manuel, ou de arquitectos conhecidos como o Viana de Lima por ex. ou de ilustres desconhecidos da arte nova , ou ainda de pormenores das chamadas casas burguesas. ... nesta página também tenho caricaturas "políticas" em jeito de ilustração (2016-2020) sobre os excessos da especulação imobiliária, da questão da vandoma, do aleixo, do cinema batalha, etc também tenho desenhos de uma fase mais antiga com "monumentos" mais conhecidos desta cidade (2011-14), "clássicos" ou coisa que o valha DESENHOS AOS MOLHOS
é pois uma página para vos mostrar uma série de desenhos que tenho vindo a fazer ora pelo prazer de desenhar, ora porque gosto desta cidade, ora para vêr se dá para ganhar uns tustos, ora porque sim, ora porque não? ora bolas PEDIDOS se me quiserem encomendar algum destes desenhos falem comigo através do [email protected] combinamos e faço-vos chegar reprodução de boa qualidade , tamanho A3 - em papel de 300 gr, óptimo para encaixilharem na parede ou apenas guardar na onda do "ah, que bonito desenho, gosto tanto desta perspectiva...." algumas imagens têm pouca definição, é de propósito, tornam o site mai barato... ACHADOS também me podem sugerir algum outro pedaço de cidade para desenhar, chutem CENAS como tenho formação em arquitectura (Pedro Figueiredo, FAUP 1999) e a sorte de viver na fabulosa cidade do porto não faltam motivos para andar por aí de nariz especado no ar a apreciar a cidade ora são pormenores de portas e janelas: cada esquina ora são blocos de arquitectura modernista dos anos 50, poucos mas bons ora são edifícios art déco dos anos 30, alguns de uma qualidade impressionante ora uma qualquer raríssima casa arte nova de 1900 ora são paisagens urbanas com ou sem rio, muito edifício que merece ser utilizado, reabilitado e não destruído ora bolas ..... esta página vai sendo actualizada com novos desenhos a la carta ora foi um período em que me deu na telha fazer ilustração ora cartoon político sobre especulação imobiliária e afins, ora crítica política "local" munícipal - e no mundo tudo é local, mas adiante - que fui pondo no facebook, ao sabor das polémicas leva-as o vento. PEDRO FIGUEIREDO |